Página 11 - julho2015.cdr

Versão HTML básica

11
Julho / 2015
Se pegarmos nas edições das 500 Maiores e
Melhores Empresas de 20 anos atrás e a cruzarmos com
a edição de 2014 talvez constatemos que mais de metade
das empresas que figuravam na lista não estão mais nela.
Mais. Talvez tenhammesmo desaparecido, engolidas por
empresas mais recentes, mais jovens, mais ajustadas
comas necessidades dos mercados.
Onde andavam os criadores do Facebook,
Amazon, Google e tantas outras empresas que têm
pouco mais de uma década de vida e estão na liderança
destes rankings há 20 anos? E o que aconteceu com
empresas centenárias, globais, estruturadas que
lideravamestas listas e os mercados?
Este século tem provado que nada é para sempre
e que não é pelo fato de termos x anos, ou décadas, de
mercado que este será contemplativo com a nossa vida e
com a nossa perenidade. Nokia, Kodak, Varig, Pagenet
(para quem não se lembra era uma marca de
beepers/pagers, prévia aos telefones móveis), Presto, e
tantas outras empresas (e marcas) foram cilindradas por
ofertas mais recentes, mais disruptivas [que rompem] e
corajosas.
Não que eu seja adepto da mortalidade
empresarial, mas contra fatos... E os fatos estão aí para
mostrar que quem se detém no seu histórico, se encosta à
sombra do que fez, ou se preocupa demasiado com o
“sempre foi assim” está condenado.
Perguntam-me várias vezes em palestras, aulas,
reuniões com clientes – Para onde vamos? Como
enfrentar esta dinâmica? Oque fazer?
A todos respondo que hoje não existem fórmulas
mágicas. O caminho está traçado, orientado pelas
tendências e pelo futurismo (disciplina que estuda e
antecipa os fenômenos que irão influenciar nossas vidas
e mercados) podemos construir um mapa de
entendimento do que se apresenta à nossa frente,
devendo adotar a inovação como cultura, método e
processo permanentes nas nossas empresas.
Inovação não é um bicho esquisito, muito menos
da responsabilidade de alguns na empresa. É cada vez
mais uma cultura, uma forma de estar, tomando decisões
no sentido de trazer novas soluções para os mercados,
soluções que tragam valor efetivo para clientes.
Ferramentas não faltam. Mas é preciso olhar para
este mind-set [modo institucional de olhar as coisas;
paradigma empresarial] de forma séria, adotado por
todos quantos estão genuinamente preocupados com o
sucesso das suas empresas.
Inovação deixou de ser uma buzzword [expressões
de novos conceitos que surgema um ritmo alucinante e que
se tornam coloquiais]. Passou a ser temática obrigatória se
quisermos perenizar a nossa presença nosmercados. Para
tal é necessário olhar para a frente e abandonar o retrovisor.
Omercado acontece no futuro.
*Luís Rasquilha, português que vive em São
Paulo desde 2011, é formado em Comunicação,
com pós em Marketing, e MBA em Gestão,
sendo máster em Empreendedorismo e Gestão
da Inovação e Criatividade. Fundador e CEO da
Ayr Consulting Worldwide + Inova Business
School, maior empresa mundial de trends
innovation (com negócio centrado na aplicação
do conhecimento resultado da observação de
tendências do comportamento do consumidor
nos projetos e programas de inovação
estratégica e empresarial) com uma rede de 20
mil observadores em 32 países. Autor e coautor
de 18 livros sobre Marketing, comunicação,
Tendências e Inovação.
Palestra de Atualização Profissional
Luís Rasquilha é um dos convidados para ministrar a
Palestra de Atualização Profissional, uma ação da
Aicita, por meio do Programa Parceria Continuada. O
evento está agendado para o dia 11 de agosto, uma
terça-feira, às 19h30, no Teatro Ralino Zambotto.
Por Luís Rasquilha*
ARTIGO
Nada é para sempre e a tradição já não é (mesmo) o que era