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  • Jan

    09

    2018

SCPC tem aumento de consultas e exclusões em dezembro e queda dos índices anuais de 2017

O banco de dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da Associação Industrial e Comercial de Itatiba (Aicita) tem aumento de consultas e exclusões no balanço de dezembro de 2017.

Com a divulgação dos dados hoje (09/01/18), também é possível fazer comparativo entre o ano que acabou de se findar e 2016, em que se nota queda dos três índices.

Consultas em alta

Conforme o número de consultas, as vendas do varejo itatibense cresceram 10,58% no último mês de 2017 frente ao mês anterior, passando de 5.092 para 5.631. Isso revela que os consumidores podem ter optado por comprar presentes de maior valor no Natal. Os melhores desempenhos das vendas a crédito se devem à queda dos juros, o que alonga os prazos de pagamento e diminui o valor da prestação. Outro fator favorável é o aumento da massa salarial, que fortalece o poder de compra dos consumidores, principalmente de itens de maior valor.

Em comparação com o mesmo período de 2016 (5.645), manteve-se praticamente estável, com queda mínima de 0,24%. Se comparado anualmente, no entanto, foi registrada queda de 11,9%, passando de 64.211 consultas para 56.545, reflexo do aumento do uso do cartão de crédito e débito, que não é computado.

Mais cancelamentos

Os cancelamentos tiveram estupenda alta de 87%, passando de 116 em novembro para 217 em dezembro. A retirada dos nomes do SCPC em dezembro deve-se ao fato das pessoas terem utilizado um percentual maior do seu 13º salário para quitar dívidas, bem como estarem fortalecidas por bônus pagos pelas empresas, como participação nos resultados.

No entanto, se comparado com dezembro de 2016 (332), há queda de 34,6%; assim como ao comparar todo o ano: -43,28%, já que ao longo de 2016 foram 3.315 e em 2017, 1.880.

Fim do AR

Dezembro também apontou aumento de CPFs negativados: 75,3% a mais, passando de 247 em novembro para 433 no último mês. O aumento considerável no número de inclusões se deve ao fim da Lei do AR, que impossibilitava a aparição do devedor no sistema sem que ele autorizasse a inclusão. Assim, muitos comerciantes deixaram de fazê-lo. No entanto, com o fim do impasse e revogação da lei estadual, os empresários voltaram a registrar nomes de endividados, o que explica tal crescimento no índice mensal.

Se comparado com dezembro de 2016 (315), também houve aumento: 37,46%. Porém, há queda de 41,59% entre os 12 meses de 2016 (5.227) e 2017 (3.053), devido aos motivos já expostos.

Novo ano

O diretor de SCPC da Aicita, Nilton Bortholotto, comentou que, neste início do ano, os consumidores devem utilizar o restante do 13º salário, bem como o primeiro ordenado do ano, para pagamento de impostos como IPTU, IPVA, matrículas escolares e contas parceladas de 2017.

Mesmo assim, com as liquidações pós-festas, a estimativa é de que, no primeiro mês de 2018 o comércio mantenha a tendência de alta dos últimos meses. “Lembramos que as trocas de mercadorias, típicas nesta época, são uma boa oportunidade para o lojista porque o consumidor pode trocar por um produto mais caro ou comprar algo novo, atraído pelas promoções, sempre com responsabilidade econômica para não se endividar”, frisou Nilton.

As papelarias também devem registrar grande fluxo de consumidores para pesquisar preços, solicitar cotações e adquirir os materiais da lista fornecida pelas escolas.

Projeção nacional para 2018

O volume de vendas do varejo brasileiro deve crescer 1,8% em 2017 em relação a 2016, segundo projeção da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). O crescimento vai acelerar nestes primeiros meses e chegar a 2,6% no período de 12 meses terminados em abril de 2018.

“Isso ocorrerá por dois motivos: um conjuntural, resultante do alongamento dos prazos de financiamento e da queda dos juros; e outro circunstancial, em decorrência da Copa do Mundo e do encerramento gradual do sinal analógico no território nacional”, disse Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), da qual a Aicita faz parte. Devem se destacar bens duráveis, como TVs, mas as eleições podem diminuir a confiança dos empresários e dos consumidores, afetando a economia e as vendas.

Feriados e economia

Quando o assunto é economia, não podem ser esquecidos os feriados, que resultam em paralização da produção, assim como a Copa do Mundo, que será realizada entre junho e julho, situação que também impacta na movimentação econômica.

Estimativas do Sincomercio Jundiaí e Região e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) apontam que o comércio varejista brasileiro deve perder R$ 11,3 bilhões em 2018 em decorrência dos feriados nacionais e pontes.

Esse montante é 15% superior a 2017, aumento motivado pela projeção de crescimento nas vendas do comércio, já que o número de feriados em 2018 será o mesmo que em 2017: nove nacionais e cinco pontos facultativos, sem contar feriados estaduais e municipais, como o Dia da Consciência Negra e aniversário da Cidade ou Dia da Padroeira, como é o caso de Itatiba.

Movimento mensal do SCPC em Itatiba

Indicador

OUTUBRO

NOVEMBRO

DEZEMBRO

Consultas

5.339

5.092

5.631

Registros

324

247

433

Cancelamentos

96

116

217

 

Texto: Tatiana Petti/Aicita